domingo, 7 de novembro de 2010

Monólogo de Orfeu, por Maria Bethania

Mulher mais adorada
Agora que não estás deixa que rompam o meu peito em soluços
  Te irrustiste em minha vida
  E cada hora que passa é mais porque te amar
  A hora derrama seu óleo de amor em mim, amada
E sabes de uma coisa?
Cada  vez que o sofrimento vem
Esta saudade de estar perto, se longe 
De estar mais perto, se perto
Que é que eu sei?
  Essa agonia de viver fraco
  O peito extravasado
  O mel correndo ..
  Essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu
Tudo  isso que é bem capaz de confundir o espírito de um homem
 Nada disso tem importância  quando tu chegas, com essa charla antiga
 Esse contentamento. Essa harmonia. Esse corpo
    E me dizes essas coisas
  Que me dão essa forca
  Essa coragem esse orgulho de rei
  Ai minha Eurídice
  Meu verso  Meu silêncio, minha música
  Nunca fujas de mim...
  Sem ti sou nada, sou coisa sem razão
  Jogada. Sou pedra rolada
Orfeu menos Eurídice, coisa incompreesnsível
A existência sem ti
É como olhar para o relógio só  com o ponteiro dos minutos
  Tu és a hora
  És o que da sentido e direção ao tempo
  Minha amiga mais querida
  Qual mãe, qual pai, qual nada
  A beleza da vida és tu amada!
  Milhões, amada!
Ahh criatura
Quem poderia pensar que Orfeu
Orfeu cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala como o vento à flor despetala as mulheres
Que ele Orfeu ficasse assim rendido aos teus encantos
  Mulata    Pele escura, dente branco
  Vai  teu caminho q vou te seguindo no pensamento
E aqui me deixo rente quando voltares pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo
  Vai tua vida
  Pássaro contente
  Vai tua vida que estarei contigo

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