quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Tempo de Travessia - aos 2011 que chega

Há um tempo 
em que é preciso abandonar 
as roupas usadas, 
que já tem a forma do nosso corpo, 
e esquecer os nossos caminhos, 
que nos levam sempre aos mesmos lugares. 

É o tempo da travessia: e, 
se não ousarmos fazê-la, 
teremos ficado, 
para sempre, 
à margem de nós mesmos.  
 Fernando Pessoa

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Paixão. Essa coisa louca..



Ah..
E dizer que isto vai acabar...
Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente.
O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, 
e pode nunca mais voltar.
 Encarniça-se então sobre o momento,
 come-lhe o fogo, e o fogo doce arde,
 arde,
 flameja.

 Então, ela que sabe que tudo vai acabar, 
pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas,
 ela doce arde, arde, flameja.




Clarice Lispector (in “Onde estivestes de noite”)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mais que um complemento


Neste momento penso em você
   e então quisera me transformar em vento.
       E se assim fosse, chegaria agora
          como brisa fresca
            e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta
e me permite entrar,
       Vou roçar nos teus cabelos
           Soprar de mansinho no ouvido
      Beijar sua boca macia
   Me embalar no teu carinho
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento
      E se abrir sua janela,
           estou chegando aí, agora...
                   neste momento,
                        em pensamento...           No vento. 

RS


Penso no vento
O que quero sentir
refletir em ti teu carinho 
Profundo
Penso 
E de tanto pensar fico louco
uma loucura doce quer o teu beijo
E assim meio sem jeito
Te penso. Te desejo.
Me entrego às dúvidas de um completo desajeitado
querendo encontrar neste vento meigo
 as respostas
de tudo que sinto
 e procuro
Mas se esse vento, se me faz pensamento
Em ti me faço complemento. AC




quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Noite Minguante

Meu momento perfeito não tem saudade. Rubro vinho, noite escura. 
É esse exato instante em que as nossas mãos se encontram, nossas bocas se encontram, 
nossos corpos se perdem...
Perdida, eu me agarro a seus ombros, desnorteada. É noite, não há lua. 
Não há luz, não há outra vez, não há amanhã. É apenas isso, é apenas já.
Já não controlo a respiração, a vontade. Sem rumo, meu norte é você. Quero tudo, quero logo, antes de ser sol e não haver palavras pra nós. Quero não saber que não queremos mais. Quero só esse não pensar, os pés fora do chão, vontade, vontade, vontade. Lua rubra, noite escura. Meu momento perfeito não tem saudade. 
http://somiolodepote.blogspot.com

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Porque es preciso perderse para volver a encontrarse

  












                                                              De nuestros miedos  nacen nuestros corajes
Y en nuestras dudas  viven nuestras certezas.
Los sueños anuncian  otra realidad posible
      y los delirios otra razón.
En los extravios   nos esperan hallazgos,
Porque es preciso perderse
para volver a encontrarse.            
     Eduardo Galeano

sábado, 27 de novembro de 2010

Pra que serve o Amor - Piaf

Um video muito lindo..


Quero, com o vídeo, mostrar até quando vale manter-se numa postura de orgulho e egoísmo e deixar que a beleza que há no afeto e companheirismo se percam ao primeiro conflito de idéias..
A experiência e observância me levam à conclusão de que os relacionamentos são complicados à proporção que esses dois sentimentos - de orgulho e egoísmo - se fazem atuantes na postura de cada um para com o outro, e para consigo mesmo.

"Devido à sua ambição e egoísmo, o homem faz da sua vida um verdadeiro naufrágio."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Do sofrimento "alheio"

Talvez vocês amigos nunca me entendam quando me mostro um quê arrogante ou impaciente, desleixada dos sentimentos alheios.. Há até quem me julgue estar "banalizando" ou "desprezando" a outrem..
Bem, se consigo transmitir isso tudo é porque minha temporada como atriz do Skenna rendeu "bons frutos"

A verdade se esconde na luta da profissão, no sorriso cuja face se escondem lágrimas; na ambição de querer mudar, de querer reabilitar ambos: o corpo e as frustrações de um sequelado sem culpa. 
Sequelado. Palavra forte para se chamar um paciente com limitação funcional. Mas o eufemismo aparente também disfarça o olhar frustrado do terapeuta, ao olhar a dimensão das suas próprias limitações. Ao saber que poderia muito mais por aqueles se houvesse um pouco mais de recursos - que bem sabemos da viabilidade pública para consegui-los. Ao saber que muito mais eficiente seria o resultado final - o paciente - se a doutrina idolatrada salve salve do SUS ("integralidade de assistência", "capacidade de resolução dos serviços" ...) funcionasse pelo menos nesses dois patamares.
"Brincamos" nos PSF´s. "Brincamos" inclusive na UTI (pasmem), por excesso de precariedade do sistema. O empirismo às vezes se torna mais prevalente que o científico.

O melhor jeito é então bem disfarçar. Como não consigo ser metade, me disfarço por inteiro. E ganho os contornos dessa tal caricatura...

 Mostro-lhes aqui dois belos curtas, mostrando o que fazemos, o que vemos todos os dias e o podemos fazer por aqueles que estão literalmente em nossas mãos..


Não! Não somos anjos! Pelo contrario, somos ainda muito poucos, muito pobres, posto que dependemos de sua vitória para nossa felicidade. Mas não se enganem. Nos responsabilizamos MUITO por isso.
A superação dos pacientes é a força que nos mantém vivos, que nos supre as esperanças, que nos fazem suportar as limitações de cada dia. Que gritam por seus sorrisos - por favor, não desista!


Somos isso. Sou isso. "Tenho nas mãos todo o sofrimento do mundo". Na boca, todas as palavras de força e superação. No coração, o pesar de saber que poderia fazer mais se me dessem um pouco mais de acesso.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pergunta idiota


─ Por que você ficou com o papai?
─ Que pergunta. – Ela sacudiu a cabeça. ─ Por um tempo você até é capaz de escolher. Se quer fazer isto ou aquilo, viver com esta ou com aquela pessoa.
 Mas um dia a atividade e a pessoa escolhida se tornam sua vida, e por que você fica com sua vida é uma pergunta bastante idiota”.
 Bernhard Schlink in A menina com a lagartixa .

O diagnóstico e a terapêutica E.G.


O amor é uma das doenças mais bravas e contagiosas. 
Qualquer um reconhece os doentes dessa doença. Fundas olheiras delatam que jamais dormimos, despertos noite após noite pelos abraços, ou pela ausência de abraços, 
 e padecemos febres devastadoras 
e sentimos uma irresistível necessidade 
de dizer estupidezes.
O amor pode ser provocado deixando cair um punhadinho de pó-de-me-ame, como por descuido, no café ou na sopa ou na bebida. 
Pode ser provocado, mas não pode impedir. 


A uma amiga
"O diagnóstico e a terapêutica"
livro dos Abraços. Eduardo Galeano

domingo, 7 de novembro de 2010

Pedido mais belo já me lido

Parece o Sol derrubou mais nuvens 
Parece a Lua fez nascer mais estrelas 
Parece o dia ficou mais azul 
Parece a noite ficou mais brilhante 

Parece 

E nesse momento apenas uma coisa 
Me chama atenção 
Me clama emoção 
Me bate o coração 

É você 
Com você o sorriso 
Com você o sentido 
Com você a pele O toque O tempo 

E é tempo que me pede 
Pra te pedir 
Pedir o que não se pode 
O que não se pode ter sem pedir 
Pedir você 
Pedir sem perder 
Pedir pra poder 
Pedir para amar, apaixonar 
Para namorar 
Para viver 

Para ver o dia de Sol sem nuvens 
Para ver a noite de Lua e estrelas 
Para ter os dias sempre em azul 
Para ter as noites sempre em brilho 
Para ter você. 
H.H.L.S. , JDO, 22/10/10 

Monólogo de Orfeu, por Maria Bethania

Mulher mais adorada
Agora que não estás deixa que rompam o meu peito em soluços
  Te irrustiste em minha vida
  E cada hora que passa é mais porque te amar
  A hora derrama seu óleo de amor em mim, amada
E sabes de uma coisa?
Cada  vez que o sofrimento vem
Esta saudade de estar perto, se longe 
De estar mais perto, se perto
Que é que eu sei?
  Essa agonia de viver fraco
  O peito extravasado
  O mel correndo ..
  Essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu
Tudo  isso que é bem capaz de confundir o espírito de um homem
 Nada disso tem importância  quando tu chegas, com essa charla antiga
 Esse contentamento. Essa harmonia. Esse corpo
    E me dizes essas coisas
  Que me dão essa forca
  Essa coragem esse orgulho de rei
  Ai minha Eurídice
  Meu verso  Meu silêncio, minha música
  Nunca fujas de mim...
  Sem ti sou nada, sou coisa sem razão
  Jogada. Sou pedra rolada
Orfeu menos Eurídice, coisa incompreesnsível
A existência sem ti
É como olhar para o relógio só  com o ponteiro dos minutos
  Tu és a hora
  És o que da sentido e direção ao tempo
  Minha amiga mais querida
  Qual mãe, qual pai, qual nada
  A beleza da vida és tu amada!
  Milhões, amada!
Ahh criatura
Quem poderia pensar que Orfeu
Orfeu cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala como o vento à flor despetala as mulheres
Que ele Orfeu ficasse assim rendido aos teus encantos
  Mulata    Pele escura, dente branco
  Vai  teu caminho q vou te seguindo no pensamento
E aqui me deixo rente quando voltares pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo
  Vai tua vida
  Pássaro contente
  Vai tua vida que estarei contigo

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Para que ficar lamentando a vida... Se ela é tão bela?

Abro aqui um dialogo com o leitor..


"Para que ficar lamentando a vida, se ela é tão bela?"

Retruco afirmando que belo é o nosso olhar sobre os fatos.. Desde a interpretação literária e sem graça a um conjunto de momentos cujas emoções fogem aos dicionários..

- E você, leitor? Como a interpreta?

(O sentimento humano e seus misterios)

É daqueles que observam as minúncias da natureza, que transforma uma paisagem numa sinestesia de sons, odores e lembranças?

É pragmatico, que analisa de perto, enumera, cataloga, prova se for preciso todos os sabores e dissabores que oferece o risco da vida e das relacoes humanas? Que, como bem diz o sábio matuto: - cê paga prá ver?

Faz-se de mero expectador, arrogante humano alheio, pseudointelectual, que sempre se pergunta por que esse mundo tem tanto de tudo, de gente, de informacao..e o quanto isso lhe enoja?

Ou vive se rogando, lamentando-se das causas perdidas, do arrependimento de nao ter executado, de viver na inútil inércia do lamento e ócio..

Eu, como poucos, como os excludentes desse mundo tão sem coragem do manifesto do ser, sem amarras e com a garganta a gritos e as costas e maos carregando todo o peso do mundo.. vivendo todo sofrimento do que o ser humano poderia ser e não é; chorando a cada dia a banalização do milagre da vida, em cada parto, por entre iodo e verdes jalecos.. A antítese do verde que deveria significar esperança, fecha-se junto as linhas de nylon, grampos e esparadrapos e término do expediente.

Eu choro a lembrança que me traz a chuva, o céu nublado, a lua cheia

Rio o sorriso descompromissado do transeunte, da criança, do palhaço sem graça

Apego-me às lembranças do passado, visualizando cada longa metragem com as restantes lembrancas, imagens e objetos de cada ser que por mim passa intensamente

Choro em silencio. Rio alto. Faço até ambas as coisas, quase ao mesmo tempo, ao lembrar alguns trechos de passado, quase sempre marcantes.

E acabo correndo o iminente risco de chamar-me louca a todo dia. Como muitos já o fazem


Mas lamentar a vida? Nunca!
Que graça teria viver de lamentos?

Defendo o fato de viver intensamente cada circunstancia..cada momento presente - da alegria ao luto.

Mas "lamentar a vida" seria uma constante..Seria a inércia do rogado ou mesmo a arrogancia do pseudointelectual

Sugiro então, leitor, que sejas intenso. E não constante.

A vida é muito pouco para traçá-la em linha reta..



Michelle de Andrade



Tenho pensamentos que,
 se pudesse revelá-los e fazê-los viver,
acrescentariam nova luminosidade às estrelas,
nova beleza ao mundo 
e maior amor ao coração dos homens
                                           Fernando Pessoa

domingo, 29 de agosto de 2010

O que uma lua cheia não é capaz de fazer....

Engraçado, mesmo ante a face das grandes descobertas, da modernidade saindo pelos poros, dos momentos e paisagens mais simples e bucólicas se fizerem presentes na lembrança pretérita, há, numa lua cheia, um incrível poder de nos fazer hipnóticos pelas lembrancas, do passado;
  A emoção do futuro que trilharemos..
    O entrelaçar das mãos opostas. O encontro delicado da mão à face
         O roçar dos cabelos...
Ao olhar misterioso da lua cheia 
Uma homenagem, então, ao eu lírico à vista da Lua cheia.. (e que lua...)
Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo,

 incerto?...
Depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

As belas balzaquianas - A mais pura verdade


"O escritor francês Honoré Balzac, que viveu no início do século XIX, foi o primeiro a falar da incompatibilidade de casais e trazer à tona a discussão sobre a idade feminina. Foi ele quem considerou as de 30, mulheres no ápice da sua vida sexual, que conhecem como ninguém a arte de seduzir e encantar, e têm muitas histórias para contar".








A MAIS PURA VERDADE...
                  Por Arnaldo Jabor e Mario Prata


     À medida que envelheço e convivo com outras, valorizo mais ainda as mulheres que estão próximo, ou acima dos 30. Elas talvez não saibam, mas são as mais bonitas das mulheres. Acho até que a idade mínima para concurso de miss deveria ser 30 anos. Desfilam como gazelas; sorriem e nos olham com uns olhos claros - já notou que elas têm olhos claros? E o charme de balançar os cabelos, ou calçar uma botina? É de matar.

     O problema com esta faixa de idade é achar uma que não esteja terminando alguma tese. E eu pergunto: existe algo mais excitante do que uma especialista de 32 anos, toda de branco, com o estetoscópio balançando no decote de seu jaleco diante daqueles hirtos seios? E guiando jipe, pilotando moto? Covardia.
  
     A mulher de 30 ainda não fez plástica. Não precisa. Está com tudo em cima, ora!
    Ela, ao contrário das de 20, é decidida no que faz. Quando resolve, vai pra valer. Faz sexo como se fosse a última vez. A mulher de 30 morde, grita, sua como ninguém.. Não finge. Mata o homem (tenha ele 20 ou 50). E o hálito, então? É fresco. E os pelinhos nas costas, lá pra baixo, que mais parecem pele de pêssego, como diria o Machado se referindo a Helena, que, infelizmente, nunca chegou aos 30?

    Conhecem-se o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer. Não se importam com o que outros pensam. Elas simplesmente não ficam com quem não confiam. Mulheres mais velhas são diretas e honestas. Não se preocupe - elas te dirão na cara se você for um idiota, caso esteja agindo como um!
     Você nunca precisa se preocupar onde se encaixar na vida dela. Basta agir como HOMEM e o resto deixe que ela faça... Sim, nós admiramos essa idade! 

     Mas o que mais me encanta nessas mulheres é a independência. Moram sozinhas e suas casas têm ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40. Adoram flores e luzes. Curtem janelas abertas.
     Elas sabem escolher um travesseiro e um bom colchão de mola. E amam quem querem, à hora que querem e onde querem. E o mais importante: do jeito que desejam.

    São fortes as mulheres de 30. E não têm pressa pra nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam.
    Como melhor ilustra Balzac: A mulher de 30 anos satisfaz tudo...


    Há poucos anos para a idade áurea, é belo e fantastico observar como tais decisoes, tais comportamentos bem se encaixam em nossos perfis. A decisão, coragem, ousadia nunca antes vista com tamanha firmeza; os não e sim ditos abertamente, sem medo ou pudor. Nunca pensara que as marcas de expressao que hoje já se mostram um pouco menos discretas pudessem trazer tantos bônus, assim..tão diretamente...


terça-feira, 13 de julho de 2010

Quase..

Belo Veríssimo para um dia de chuva..
    Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez 
é a desilusão de um quase. 
    É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata..
trazendo tudo que poderia ter sido.. E não foi.
    Quem quase ganhou ainda joga,
    Quem quase passou ainda estuda,
    Quem quase morreu está vivo. 
    Quem quase amou, não amou. 

    Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por MEDO ou inércia, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 
    Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, CONTESTO. A resposta.. que eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. 
   Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
   Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. 
    O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, 
apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

    Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência. porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. 

    Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. 
    De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. 
    Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. 
    Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. 
  Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque,
embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.



segunda-feira, 12 de julho de 2010

Síndrome dos 20 e tantos...

A chamam de ‘crise do quarto de vida’.
          Você começa a se dar conta de que seu círculo de amigos é menor do que há alguns anos.
          Dá-se conta de que é cada vez mais difícil vê-los e organizar horários por diferentes questões: trabalho, estudo, namorado(a) etc.
         E cada vez desfruta mais dessa cervejinha que serve como desculpa para conversar um pouco.
        As multidões já não são 'tão divertidas'... E às vezes até lhe incomodam.
        E você estranha o bem-bom da escola, dos grupos, de socializar com as mesmas pessoas de forma constante.
        Mas começa a se dar conta de que enquanto alguns eram verdadeiros amigos, outros não eram tão especiais depois de tudo.
       Você começa a perceber que algumas pessoas são egoístas e que, talvez, esses amigos que você acreditava serem próximos não são exatamente as melhores pessoas que conheceu e que o pessoal com quem perdeu contato são os amigos mais importantes para você.
       Ri com mais vontade, mas chora com menos lágrimas e mais dor.
       Partem seu coração e você se pergunta como essa pessoa que amou tanto pôde lhe fazer tanto mal.
       Ou, talvez, a noite você se lembre e se pergunte por que não pode conhecer alguém o suficiente interessante para querer conhecê-lo melhor.
       Parece que todos que você conhece já estão namorando há anos e alguns começam a se casar.
       Talvez você também, realmente, ame alguém, mas, simplesmente, não tem certeza se está preparado(a) para se comprometer pelo resto da vida.
       Os rolés e encontros de uma noite começam a parecer baratos e ficar bêbado(a) e agir como um(a) idiota começa a parecer, realmente, estúpido.
       Sair três vezes por final de semana lhe deixa esgotado(a) e significa muito dinheiro para seu pequeno salário.
       Olha para o seu trabalho e, talvez, não esteja nem perto do que pensava que estaria fazendo. Ou, talvez, esteja procurando algum trabalho e pensa que tem que começar de baixo e isso lhe dá um pouco de medo.
       Dia a dia, você trata de começar a se entender, sobre o que quer e o que não quer.
       Suas opiniões se tornam mais fortes.
       Vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando um pouco mais do que o normal, porque, de repente, você tem certos laços em sua vida e adiciona coisas a sua lista do que é aceitável e do que não é.
       Às vezes, você se sente genial e invencível, outras... Apenas com medo e confuso (a).
       De repente, você trata de se obstinar ao passado, mas se dá conta de que o passado se distancia mais, e que não há outra opção a não ser continuar avançando.
       Você se preocupa com o futuro, empréstimos, dinheiro... E como construir uma vida para você.
       E enquanto ganhar a carreira seria grandioso, você não queria estar competindo nela.
       O que, talvez, você não se dê conta, é que todos que estamos lendo esse texto nos identificamos com ele. Todos nós que temos 'vinte e tantos' e gostaríamos de voltar aos 15-16 algumas vezes. Parece ser um lugar instável, um caminho de passagem, uma bagunça na cabeça... Mas TODOS dizem que é a melhor época de nossas vidas e não temos que deixar de aproveitá-la por causa dos nossos medos...
       Dizem que esses tempos são o cimento do nosso futuro. Parece que foi ontem que tínhamos 16... Então, amanha teremos 30?!?! Assim tão rápido?!?!
       FAÇAMOS VALER NOSSO TEMPO... QUE ELE NÃO PASSE EM VÃO!
       

       A vida não se mede pelas vezes que você respira, mas sim por aqueles momentos que lhe deixam sem fôlego!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Conselho de um velho apaixonado












                                                                 
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
    Se os olhares se cruzarem e, neste momento,
    houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta:
    pode ser a pessoa que você estáesperando desde o dia em que nasceu.

    Se o toque dos lábios for intenso, se o beijofor apaixonante,
    e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba:
    existe algo mágico entre vocês.

    Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa,
    Se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração,
    agradeça: Algo do céu te mandou um presente divino : O AMOR.

    Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo
    e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
    e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se:
    vocês foram feitos um pro outro.

    Se por algum motivo você estiver triste,se a vida te deu uma rasteira
    e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas
    e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa:
    você poderá contarcom ela em qualquer momento de sua vida.

    Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa
    como se ela estivesse ali do seu lado...

    Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando
    de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

    Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
    ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

    Se você não consegue imaginar, de maneira
    nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

    Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim,
    tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...

    Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo:
    é o amor que chegou na sua vida.

    Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida
    poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

    Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais,
    deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

    É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
    Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
    cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!
                       Drummond, em homenagem ao doze de Junho
                  Como prova de que os prosadores também têm a capacidade de amar

    sexta-feira, 4 de junho de 2010

    Nós somos fogo e gasolina


     O nosso jogo é perigoso, menina
       Nós somos fogo
         Nós somos fogo
           Nós somos fogo  
    e gasolina.


    Você é um avião  e eu sou um edifício
    Eu sou um abrigo  e você é um missil
    Eu sou a mata  e você é a moto-serra
    Eu sou um terremoto  e você, a Terra.

     
    O nosso jogo é perigoso, 
    menina
      Nós somos fogo
      Nós somos fogo
     Nós somos fogo  
    e gasolina.


    Você é o fósforo e eu sou o pavio
    Você é um torpedo e eu sou um navio
    Você é o trem e eu sou o trilho
    Eu sou o dedo e você é o meu gatilho.



    O nosso jogo é perigoso, menina
    Nós somos fogo
    Nós somos fogo e gasolina

    Eu sou a veia e você é a agulha
    Eu sou o gás e você é a fagulha
    Eu sou o fogo e você é a gasolina
    Eu sou a pólvora e você a mina.

    O nosso jogo perigoso combina
    Nós somos fogo
     Nós somos fogo e gasolina.



    ...Só nós falta o atrito. A pólvora e o atrito
         O atrito
           O atrito...


    (E ainda dizem que física pode ser chato....  
      Tão tolos os que não a compreendem...)

    domingo, 23 de maio de 2010

    Cru

    CRU


    Vou arrancar a pele do meu corpo
    Mostrar-me ao mundo sem face, sem cabelos
    Sem vaidade a carregar ou que me carregue
    Mostrar-me nu e mesmo desdentado
    Para que até meu sorriso fique incógnito.

    Vou desarmado de todos os meus medos
    Despudorado do temor rançoso
    Expor-me assim ao mundo como humano
    E não mais casca esculpida por receios.

                                        Thiciano Duarte. Juazeiro do Norte/CE

    Incrível é o poder que um poema tem para, de forma sintetica, expressar nossa revolta e aversao pelo comum, pela casca, pela mascara que necessitamos vestir para conviver "em harmonia" com a sociedade "comum".
    Assim me sinto e me liberto pelos poemas...