Ah..
E dizer que isto vai acabar...
Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente.
O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba,
e pode nunca mais voltar.
Encarniça-se então sobre o momento,
come-lhe o fogo, e o fogo doce arde,
arde,
flameja.
Então, ela que sabe que tudo vai acabar,
pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas,
ela doce arde, arde, flameja.
Clarice Lispector (in “Onde estivestes de noite”)
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